Alguns dias atrás, em interações através do Instagram me pediram para falar um pouco mais sobre a Malva-cheirosa. A utilização apenas do nome popular muitas vezes traz confusão, pois é utilizada para espécies distintas.
Aqui no Brasil esse nome é comumente utilizado tanto para plantas do gênero Malva sp., da família Malvaceae, como do Pelargonium sp., da família Geraniaceae, ou até mesmo por outras. Os pelargônios também são muito conhecidos como Gerânios, principalmente na aromaterapia.
Alguns que não estão muito habituados com os nomes científicos se assustam um pouco, mas quem faz acompanhamento comigo, já fez o curso de ervas ou segue pelas redes sociais, sabe bem o quanto é importante nomeá-las para não ocorrer equívocos no uso das plantas. As espécies possuem propriedades medicinais variadas por isso escolhi apenas uma para abordar hoje, a Malva sylvestris.
É uma planta natural na Europa, Norte da África e da Ásia, no Brasil ela precisa ser cultivada. Apreciada desde o século VIII a.C., suas folhas são comumente usadas na medicina popular, entretanto, as flores da malva constam em diversas farmacopeias.
Na monografia da espécie realizada pela ANVISA em 2015 encontra-se registros de uso popular medicinal para tratamento de dor de dente, dores do trato genital, dermatites, pele inflamada, ferimentos, queimaduras, problemas de estômago, diarreia, reumatismo, hemorroida, caxumba, febre, asma, cálculo renal, gripe, resfriado, câncer, bronquite, tosse, dor de garganta, doenças ginecológicas, hemorroida, constipação, acne, doenças ginecológicas, na bexiga, cistite, ardência, feridas, e como diurético. A infusão e decocção das folhas também são descritos como abortivas.
Entre os usos espiritualistas, pode ser considerada uma planta de energia feminina, ligada ao elemento água, que estimula o amor, sensibilidade, intuição, encantamento, atração, sorte, fertilidade, esperança, expressão, resiliência, auto perdão, e a visão, permitindo enxergar além da superfície, revelando o que está ocultado.
Como muitas flores, tem sua linguagem própria e nos conta muitas histórias nos inspirando a reencontrar nossa saúde.
Veja abaixo informações da recomendação fitoterápica presente na 2ª edição do Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira publicada em 2021:
Nome científico: Malva sylvestris L.
Família: Malvaceae
Indicações: Indicada para o uso adulto como auxiliar no tratamento sintomático da inflamação cutânea e orofaríngea, e como antisséptico para a cavidade oral.
Partes usadas: Folha e/ou flor
Orientações para o preparo: Preparar por decocção, durante 15 minutos, de 4,5 a 7,5 g da droga vegetal rasurada em 150 mL de água.
Modo de usar: Uso externo. Após higienização, aplicar o decocto com auxílio de algodão sobre o local afetado (embrocação), três vezes ao dia. Fazer bochechos ou gargarejos três vezes ao dia.
ADVERTÊNCIAS
Uso contraindicado para pessoas que apresentam hipersensibilidade aos componentes da formulação. Ao persistirem os sintomas, um médico deverá ser consultado. O uso é contraindicado durante a gestação, lactação e para menores de 18 anos. Em estudo realizado em animais foram observados casos de espasmos musculares. Não são conhecidas interações medicamentosas, porém o efeito laxante da mucilagem pode interferir na absorção de alguns fármacos, especialmente vitaminas e minerais, portanto é recomendado utilizar o fitoterápico uma hora antes ou após a administração de tais medicamentos. Não utilizar em doses acima das recomendadas. Em caso de aparecimento de reações alérgicas ou demais eventos adversos, suspender o uso do produto e consultar um médico.
As informações acima não são recomendações terapêuticas, caso precise de orientação de uso das plantas medicinais de forma adequada para você agende uma consulta.
REFERÊNCIAS:
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Monografia da espécie Malva sylvestris L. (malva). v. 5, 2015 Disponível em: < https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2017/setembro/11/Monografia-Malva.pdf> Acessado em 02/08/2021.
BRASIL. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira, 2ª edição, 2021. Disponível em: < https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/farmacopeia/formulario-fitoterapico/arquivos/2021-fffb2-final-c-capa2.pdf> Acessado em 02/08/2021.
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